Conceitos Básicos de Termografia Médica por Infravermelho na Visão do Tecnólogo em Radiologia

 

 

 

 

 

Olá aqui é Elisangela e este é o meu primeiro artigo para o Radiologia Blog, no qual irei abordar a tecnologia da Termografia Médica.

Introdução

As modalidades de exames por imagem vem crescendo de forma abrupta nos últimos anos, são diversas as modalidades que estendem a visão do examinador e o capacitam a um melhor diagnóstico.

Em meio a tantos avanços destacamos a Termografia Médica por Infravermelho, essa técnica vem ganhando crescente importância no mercado de diagnóstico.

Na atualidade algumas características tornam a Termografia atraente aos médicos isso se deve graças a capacidade de avaliação funcional sobre condições térmicas e vasculares dos tecidos, ao fato de não ser invasivo, não utilizar radiações ionizantes, não causar dor ou desconforto aos pacientes, ter baixo custo, método consideravelmente rápido dentre outros fatores.

A Termografia se baseia no principio que o corpo humano bem como qualquer outro corpo vivo possui uma temperatura característica e emite radiação infravermelha capaz de ser captada por câmeras ou equipamentos específicos que transformam esses em valores de temperatura na tela de um monitor, sem necessariamente que esse equipamento esteja diretamente em contato com o organismo do paciente.

Esses valores de temperatura são mostrados com diferentes cores em gráficos de acordo com a área corporal estudada e a partir daí é possível fazer associações entre variações de temperatura próprias do corpo e alterações patológicas.

A termografia já está em uso na medicina há quase duas décadas, entretanto, mesmo com esse espaço considerável ainda permanece sendo um método pouco conhecido entre Tecnólogos em Radiologia, profissionais esses que poderiam se especializar nessa área.

Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo trazer ao conhecimento essa técnica de forma compreensível a esses profissionais, informando sobre os princípios básicos, suas aplicações de modo geral, somente dessa maneira vislumbrar a capacitação dessa tecnologia em expansão que, promete ser imprescindível nos próximos anos.

Foi possível notar através da experiência adquirida, que o apoio de Tecnólogos em Radiologia à realização de exames de Termografia Médica é possível, que a fundamentação teórica recebida em sua graduação é suficiente para a compreensão da técnica e que, após treinamento, poderá obter desempenho compatível com as necessidades do método diagnóstico.

Conceitos

Hipócrates (460 a.C. Cós; † 370 a.C. em Tessália) é considerado até os dias atuais como uma das figuras mais importantes da história da Medicina, frequentemente considerado “pai da medicina”, em seus estudos já mencionava a importância da avaliação da temperatura com as mãos, pés, face, lábios e ouvidos e descrevia as manifestações febris nas suas formas maligna, benigna, aguda, etc. [1], dessa forma entende-se que houve uma associação entre a temperatura e estados patológicos nas primeiras referências médicas na história da humanidade.

Com o passar de um longo período histórico, a Termografia foi exame muito preconizado, no século passado, na década de setenta para a detecção de tumores malignos da mama, outros tumores superficiais e de partes moles, enfermidades articulares inflamatórias, vasculares e outras aplicações menos frequentes. [1]

termografia radiologia mama

termografia radiologia mama

Após análise apurada observou-se que em 1998, a técnica já apresentava solidez em estudos e pesquisas relativas a aplicações clínicas de diagnósticos por imagem infravermelha para uso em rastreamento doenças malignas da mama [2] bem como estudos longitudinais com maior quantidade de amostras especificas para Termografia Mamaria. Houve grande significância desses estudos apontando a importância da técnica [2].

Apesar de ainda vista como uma técnica emergente na área do diagnóstico em medicina, a imagem infravermelha é um importante meio de avaliação de patologias, pois não se utiliza de radiação ionizante, não é invasiva, apresenta custo consideravelmente baixo com relação á outras técnicas mais sofisticadas, podendo ser usado em crianças e mulheres gestantes.

O exame sem contra indicações pode ser realizado inúmeras vezes ao longo da vida ou ainda no mesmo mês sem dano algum aos tecidos, atualmente a medicina tem se utilizado da técnica sem grandes explorações por conta da quantidade insuficiente de dados quantitativos confiáveis para associação e leitura da temperatura da pele humana aos fenômenos fisiológicos e patológicos. [3]

Com o desenvolvimento tecnológico a utilização de equipamentos mais modernos, acurados e estudos recentes mais completos, demonstram que a Termografia por Infravermelho tem apresentado resultados significativos no diagnóstico de diferentes estados patológicos e avaliações de risco, percebe-se estar ganhando cada vez mais credibilidade quanto ao diagnóstico preciso entre os médicos.

termografia radiologia

termografia radiologia

Conclusões

A Termografia, como os outros métodos diagnósticos, envolve um acervo de palavras técnicas características da modalidade. Entretanto com diligencia e vivência o Tecnólogo é capaz de compreender e aperfeiçoar a dinâmica diária necessária para execução do exame de qualidade e excelência.

Geralmente encontramos um paciente em Termografia, com características singulares, e deve ser tratado de forma personalizada.

Comumente queixa-se de  dores difusas, com dificuldades de serem caracterizadas, em alguns casos devido  a limitação de alguns movimentos e condições posturais, sua colaboração com o exame é comprometida ou limitada. Em alguns casos o paciente se mostra com diversidade emocional se apresenta em alguns casos: ansioso, depressivo, verborrágico, com necessidade de ser ouvido.

Nesses casos o performance do operador técnico bem treinado deve ser acolhedor, prestativo e profissional pronto para ouvir com atenção sem, no entanto, elucidar qualquer opinião sobre as características de sua doença.

Finalmente, vencidas as primeiras dificuldades, torna-se uma modalidade aceitável e gratificante de atividade, que compensa grandiosamente o esforço de quem investe neste o propósito de auxiliar às pessoas mais fragilizadas, com atitudes positivas de cooperação e de humanização, na área da saúde.

Quanto ao Tecnólogo, seu aprendizado na graduação são consideradas imprescindíveis para a execução dessa atividade. Tanto o conhecimento em anatomia, fisiologia e física garantem a sua compreensão dos fenômenos relacionados.

É considerável que esse profissional também recebe sólida formação em Imagenologia, conhecendo o processo de formação de imagens, sua captura, tratamento, classificação e armazenamento. O contato com a equipe médica e com o paciente é parte diária da rotina de seu trabalho, sabendo interpretar os códigos e as necessidades de cada um.

Ainda os recém-formados, são capazes e experientes quando desenvolvem um bom estágio na área de radiologia médica.

Costumam ter domínio de sua função e outros métodos de diagnóstico envolvendo imagens e tem familiaridade com a operação de uma gama muito extensa de equipamentos relacionados.

Alinhando o conhecimento do código de ética bastante rigoroso dado em sua graduação e um treinamento técnico eficaz, podendo ser responsável pela organização do trabalho e pela dinâmica completa das atividades relacionadas às imagens.

Finalmente, percebe-se, pela capacidade técnica e experiência adquirida, que o apoio de Tecnólogos em Radiologia à realização de exames de Termografia Médica é imprescindível considerando que seu amplo conhecimento técnico, agrega em aprimoramento quanto ao tempo de realização do exame e garante sua qualidade; destaca-se ainda que o embasamento e fundamentação teórica adquirida durante sua graduação e experiência durante o estágio é suficiente para a compreensão dos conceitos técnicos e que, após treinamento, poderá obter um desempenho adaptável com as necessidades do método diagnóstico.

REFERÊNCIAS

1 ANDRADE FILHO, A. C. de C. Termografia no Diagnóstico nas Dores Musculoesqueléticas,1999; Laboratório de Laser e Aplicações (LLA), Câmera IR Nacional – I.F. S.C. USP – capítulo 15
2 WILLIAM C. AMALU . A Review of Breast Thermography ,1998; The Breast Journal (4):245-251,1998
3 BRIOSCHI, M. L. Metodologia de Normalização de Análise do Campo de Temperaturas em Imagem Infravermelha Humana, 2011; Tese de Doutorado em Engenharia Mecânica – Universidade Federal do Paraná
4 BRIOSCHI, M.L. A História da Termografia, 2003 – Laboratório

Até a próxima!

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