Tudo começou com a descoberta dos Raios-X por Wilhelm Conrad Roentgen em 1895. Um ano depois, em 1986, Becquerel constatou que o Urânio emitia radiações análogas aos dos Raios-X de forma espontânea. Essa radiação mais tarde seria chamada por “radioatividade” por Marie Curie.
Esta descoberta atraiu a curiosidade de muitos cientistas. Uma delas foi Marie Slodowska Curie. Ela foi uma das mulheres mais extraordinárias do século passado. Foi a primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel, em 1903. Oito anos depois ela ganharia seu segundo prêmio Nobel. Assim, ela foi a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel na área da ciência.
Suas pesquisas no decorrer da vida ficaram em torno da radioatividade, dos elementos químicos Rádio e Polônio foram de grande contribuição para a física nuclear e da terapia à base de radiações. Mas conquistar tudo isso não foi nada fácil.
Apesar de muitos revezes em sua vida familiar, em 1894 ela concluiu duas graduações, tornando-se bacharel em matemática e física. Nesse mesmo ano, ela conheceu o cientista francês Pierre Curie. Ele estava terminando sua tese de doutorado que tratava do efeito do calor sobre propriedades magnéticas. Marie também tinha estudos nesse campo e por coincidências ou não, Marie e Pierre se apaixonaram e se casaram.
Em 1897 Marie começou a estudar aquilo que Becquerel não conseguia decifrar, aquela radiação emitida pelo sal duplo de Urânio. E a pesquisa que Marie Curie era tão fascinante que seu marido, Pierre, percebendo a extensão do trabalho da esposa resolveu largar sua pesquisa e se uniu à dela.
radioterapia história
Os dois perceberam que um minério de nome Pechblenda era altamente radioativo, contudo o Urânio extraído desse minério emitia uma radiação bem menor do que a própria Pechblenda. O casal elaborou a hipótese de que havia um novo elemento altamente radioativo na Pechblenda.
Depois do processo de separação eles obtiveram uma quantidade mínima de um material que se comportava como o Bismuto do ponto de vista químico, todavia era fortemente radioativo. A esse elemento chamaram de Polônio, em homenagem à terra natal de Marie.
O casal descobriu que o Polônio era 400 vezes mais radioativo que o Urânio. Mas nem mesmo um nível de radiação tão alto justificava o índice encontrado na Pechblenda, o que os levava a crecer que só poderia haver outro elemento ainda mais radioativo que o Polônio presente nela. Após um longo processo exaustivo de separação, eles conseguiram separar uma outra substância que era 900 vezes mais radioativa que o Urânio. A essa substância deram o nome de Rádio.
O próprio Becquerel havia notado que, ao portar por duas semanas um tubo contendo Rádio em seu bolso, havia sofrido uma severa lesão na pele. Ele reportou esse acontecido para Pierre que, depois de verificado em sua própria pele, enviou certa quantidade desse elemento a alguns médico.
Emil Grubbe
Nessa época os médicos da Europa e Estados Unidos já estavam utilizando amplamente os Raios-X para tratar doenças. Por exemplo, depois de notar descamação das mãos expostas aos Raios-X, um estudante de medicina em Chicago chamado Emil Grubbe convenceu um de seus professores a permitir que ele irradiasse um paciente com câncer, uma mulher chamada Rose Lee, que sofria de câncer de mama localmente avançado.
Ao fazê-lo, Grubbe tornou-se o primeiro radioterapeuta do mundo. Os Raios-X eram úteis principalmente para tratar patologias dermatológicas, reumatismo, leucemia, câncer de estômago, reto e mamas.
Claude Regaud
Em poucos anos, os pacientes em todo os Estados Unidos e Europa foram submetidos à radioterapia. Em primeiro lugar, a radioterapia foi realizada essencialmente em um número limitado de tratamentos. Um professor do Institudo do Radium de Paris, de nome Claude Regaud, reconheceu que o tratamento pode ser melhor tolerado e mais eficaz se a radiação fosse entregue de forma mais lenta, com modestas doses por dia ao longo de várias semanas.
Esta técnica, conhecida como “fracionamento”, é uma das principais estratégias na radioterapia.
Henri Coutard
O oncologista francês Henri Coutard foi um dos pioneiros da radioterapia fracionada em uma ampla variedade de tumores. Digno de nota, ele relatou resultados impressionantes usando esta técnica em pacientes com câncer de laringe localmente avançado. Seus relatórios contendo os resultados ainda é citado atualmente.
Malcolm Bagshaw
Posteriormente, muitos radio terapeutas fizeram notáveis contribuições para o campo da radioterapia. Malcolm Bagshaw, da universidade de Standord, demonstrou o potencial efeito curativo da radiação no câncer de próstata. Hoje, baseado em arte de seu trabalho inovador, a radioterapia é conhecida como um dos pilares do tratamento do câncer de próstata.
Gilbert Fletcher
Gilbert Fletcher do MD Anderson Câncer Center estabeleceu regimes de tratamento ideais para uma ampla variedade de sítios tumorais, incluindo câncer de cabeça e pescoço.
Ao longo de todos esses eventos até a data de hoje, a radioterapia evoluiu muito em todos os aspectos, fato que alavancou o uso desta modalidade e a transformou numa das principais armas na luta contra o câncer. Atualmente ela consiste em administrar uma dose de radiação a um volume definido, chamado volume alvo, tentando poupar ao máximo os tecidos normais ao seu redor, A precisão é essencial para garantir um tratamento de qualidade.
Até a próxima.