posicionamento radiológico do torax
Preparo do Paciente para o Posicionamento Radiológico de Tórax
O preparo do paciente inclui a remoção de todos os objetos opacos das regiões do tórax e pescoço, incluindo roupas com botões, colchetes, ganchos ou quaisquer outros objetos que poderiam formar artefato indesejável na radiografia.
Movimentos Respiratórios do Paciente no Exame de Tórax
Os movimentos do tórax ósseo durante a inspiração (entrada do ar) e a expiração (expulsão do ar) modificam muito as dimensões do tórax, e portanto, do volume torácico, a cavidade aumenta de diâmetro em três dimensões.
O primeiro é o diâmetro vertical, é aumentado basicamente pela contração e rebaixamento do diafragma, assim aumentado o volume torácico. O diâmetro transversal é a segunda dimensão aumentada durante a inspiração, ocorrendo quando as costelas movem-se para fora e para cima.
A terceira dimensão aumentada é o diâmetro antero-posterior, também aumentado durante a inspiração pela elevação das costelas, principalmente da segunda à sexta costelas. Durante a expiração, a retração elástica dos pulmões, juntamente com o peso das paredes torácicas, faz com que os três diâmetros do tórax retornem ao normal.
Graus de Inspiração
Para determinar o grau de inspiração na radiografia do tórax, deve-se identificar e contar no mínimo seis espaços intercostais anteriores em uma radiografia do tórax, o paciente deve inspirar profundamente depois prender a respiração para realizar o exame.
Fatores Técnicos para o Posicionamento Radiológico de Tórax
kilovoltagem (kVp): Geralmente a kVp deve ser suficientemente alta para resultar em contraste para demonstrar os vários tons de cinza necessários à visualização das impressões pulmonares mais finas. A radiografia do tórax utiliza baixo contraste, descrito como um contraste de longa escala com mais tons de cinza.
Tempo de Exposição e Miliamperagem (mAs – miliamper segundos): Geralmente a radiografia de tórax requer o uso de elevada mA e pequenos tempos de exposição para minimizar a chance de movimento e conseqüentemente perda de detalhe (nitidez).
Ponto Focal
Imagens de alta resolução necessitam de pequenos tamanhos de pontos focais.
Distância Foco Filme
A distância mínima foco filme para radiografar o tórax é de no mínimo 180 cm. Nas incidências executadas no leito em AP à distância foco filme é de no mínimo 100 cm.
Posicionamento Radiológico do Tórax
As radiografias do tórax devem ser feitas em posição ortostática, se a condição do paciente permitir. As razões para isso:
1. Permitir que o diafragma desloque-se mais para baixo. Uma posição ortostática causa a queda do fígado e de outros órgãos abdominais, fazendo com que o diafragma desloque-se mais para baixo na inspiração profunda, permitindo assim total aeração dos pulmões.
2. Mostrar possíveis níveis hidroaéreos no tórax. Se houver ar e líquido dentro de um pulmão ou dentro do espaço pleural, o líquido mais pesado, tal como sangue ou soro, ficará na posição inferior, enquanto o ar subirá. Em decúbito, um derrame pleural espalhar-se-á sobre a superfície posterior do pulmão, resultando em uma aparência turva de todo o órgão.
Na posição ortostática, o líquido localizar-se-á próximo à base do pulmão. A radiografia do tórax em posição ortostática mostra excesso de líquido na cavidade torácica inferior esquerda. A radiografia em decúbito dorsal mostra uma aparência turva de todo o pulmão direito.
3. Evitar ingurgitamento e hiperemia dos vasos pulmonares. O ingurgitamento significa distendido ou tumefeito por líquido. Hiperemia refere-se a um excesso de sangue em uma parte devido a um relaxamento dos pequenos vasos sanguíneos distais e arteríolas.
Existem incidências básicas e especiais no posicionamento radiológico do tórax: Básicas: PA e Lateral (ou Perfil). Especiais – AP em decúbito dorsal ou posição semi-ortostática, decúbito lateral, AP Lordótica, Oblíqua anterior e Oblíqua posterior. Neste artigo vamos discutir apenas as incidências básicas.
Póstero-Anterior de Tórax
técnicas do torax na radiografia
Técnica
Paciente na posição ortostática ou sentado, pés afastados, peso igualmente distribuído sobre ambos os pés queixo elevado as mãos sobre os quadris, palmas para fora; Ombros rodados encostados no Bucky para permitir movimento lateral das escápulas;
RC perpendicular ao filme e centralizado no plano mediossagital ao nível de T7. Cerca de 18 cm a 20 cm abaixo da vértebra proeminente;
Filme em adultos 35\35 ou 35\43 cm;
Parâmetros radiográficos: mAs baixo e kVp Alta;
Observação. Realizar exercício respiratório antes de fazer a exposição.
Avaliação
Devem ser incluídos ambos os pulmões, desde os ápices até os ângulos (ou seios) costofrênicos e a traquéia até a carina. Articulações esternoclaviculares simétricas. A circulação pulmonar deve estar nítida.
Lateral ou Perfil de Tórax
técnicas do torax na radiografia
Técnica
Paciente na posição ortostática ou sentado lado esquerdo cardíaco mais próximo do filme, peso igualmente distribuído sobre ambos os pés; Levantar os braços cruzando-os acima da cabeça e flexionar um pouco o tronco para frente para obter melhor visualização da região retro cardíaca;
Centralizar o paciente em relação ao filme, verificando as bordas anteriores e posterior do tórax;
RC perpendicular ao filme abaixo da cintura escapular e centralizado no plano mediossagital ao nível de T7 de 8 a 10 cm abaixo do nível da incisura jugular;
Filme em adultos 30\40 ou 35\35 cm;
Parâmetros radiográficos: mAs baixo e kVp Alta;
Observação. Realizar exercício respiratório antes de fazer a exposição.
Avaliação
O paciente deve estar posicionado simetricamente o esterno deve estar em perfil e arcos costais da mesma forma. Os ângulos costofrênicos devem estar demonstrados na radiografia.
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