Escâneres Industriais, saiba mais sobre essa tecnologia

 

 

 

 

 

O Brasil desde 2007 tem abrigado a realização de grandes eventos sejam esportivos, políticos ou religiosos. Deste ano para cá já foram realizados os Jogos Pan americanos (2007), os Jogos Mundiais Militares (2011), a Rio+20 (2012), Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude com a visita do Papa Francisco (2013), a Copa do Mundo (2014) e no próximo ano, as Olímpiadas.

Estamos acostumados com uso de detectores de metais, sejam fixos ou portáteis, nestes eventos. Mas tal qual ocorre em aeroportos e portos o uso de escâneres de bagagem ou corporais que fazem uso da emissão de raios X (radiação eletromagnética ionizante) só faz crescer.

Scanner industrial

Scanner industrial

A partir do aumento de seu uso cabe algumas reflexões:

– Como estes equipamentos funcionam?
– Como são a segurança radiológica destes equipamentos?
– Qual a capacitação exigida para os operadores?
– Qual a capacitação dos responsáveis?
– Eles podem provocar algum dano na população?

Como podemos observar são vários questionamentos que merecem uma resposta adequada.

Tipos de Escâneres

Existem essencialmente dois tipos de escâneres: passivos e ativos.

Passivos são aqueles que usam radiação natural emitida pelo homem para produzir as imagens, e os ativos são aqueles para geração de imagens de pessoas irradiadas com fontes de radiação externa. Em todos os casos a radiação utilizada é a eletromagnética, a única mudança, dependendo da tecnologia utilizada, é o comprimento de onda, que é inversamente proporcional à energia.

Nos sistemas de comprimento de onda na faixa do infravermelho, a radiação é transmitido por duas antenas, que giram simultaneamente ao redor do corpo. A energia da onda refletida pelo corpo ou objetos mesmo é usado para construir a imagem.

Quanto os escâneres de Raios X para inspeção pessoal, existem três tipos:

– sistemas de retro dispersão, assim chamado porque trabalham com a radiação dispersa pelo corpo humano a 180 °;
– sistemas de transmissão, que utilizam a radiação que passou através do corpo humano;
– um terceiro tipo, que é uma combinação dos outros dois.

Os escâneres de radiação não ionizante e os de raios X de retrodispersão permitem apenas visualizar objetos sob a roupa, enquanto que os escâneres de raios X de transmissão permitem que você veja no interior do corpo humano como ocorre com os equipamentos de raios X médicos.

Se a pessoa tem uma arma sob o casaco, os equipamentos de raios X de retroespalhamento ou o de ondas milimétricas irá detectá-lo, mas se você tiver engolido um saco cheio de explosivos que espera detonar durante o voo em um ato de autoimolação, não. Para detectar esses tipos de objetos é necessário usar um equipamento de raios X de transmissão.

Scanner

Scanner

Os efeitos biológicos das radiações não ionizantes podem ser térmicos ou atérmicos. Entre os primeiros, estão altas energias recebidas estão a deterioração ou perda da visão e da fertilidade. Entre estes últimos, têm sido relatados (mas não há suficientes estudos epidemiológicos que corroboram) distúrbios endócrinos, malformações congênitas, alterações de caráter e câncer.

Os efeitos nocivos sobre a saúde humana pela radiação ionizante, são mais conhecidos, uma vez que os raios X tem sido usados para fins médicos e industriais desde sua descoberta por Roentgen em 1896. O dano a nível celular ocorre de forma indireta através de formação de radicais livres na água que rodeia as células, e também diretamente quebrando moléculas ligadas ao ácido desoxirribonucleico (ADN).

Se as células são somáticas podem causar danos, como o câncer, se as células são genéticas podem gerar efeitos hereditários. Em altas doses, não há dúvida quanto aos efeitos produzidos pela radiação ionizante (chamados determinísticos). O problema ocorre quando as doses são baixas. Nestes níveis o que se afirma é que existe uma probabilidade de se produzir algum efeito nocivo, por esta razão esses efeitos são chamados estocásticos.

Outro efeito sobre a saúde causado pelos escâneres (de qualquer tipo) para o controle de viajantes é psicológico. Os escâneres de radiação não ionizante e os de raios X de retrodispersão revelam as partes mais íntimas do corpo humano; as pessoas aparecem nuas na tela.

É essa invasão a privacidade a razão fundamental por que é difícil nos Estados Unidos instalar tais equipamentos nos aeroportos (forçando inspetores a ver imagens em uma sala separada dos equipamentos de inspeção) e que força os fabricantes a desenvolver filtros que escondem as partes íntimas.

Scanner industrial na radiologia

Scanner industrial na radiologia

Quem Opera estes Equipamentos?

Hoje para operar escâneres pessoais no Brasil deve-se atender a uma norma da ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil que qualifica o profissional como “Operador especializado em raios X” e as exigências a serem atendidas são:

– estar capacitado como Agente de Proteção da Aviação Civil, através da conclusão com aproveitamento do curso Básico em Segurança da Aviação Civil e aprovação em Exame de Certificação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil);
– apresentar vínculo empregatício concedido pela organização a que pertence, ou termo de compromisso de contratação expedido por empresa aérea, administração aeroportuária, empresa concessionária ou ESATA (Empresas de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo);
– apresentar verificação de antecedentes criminais;
– ter curso de operador especializado em raios X com carga horária de 28 h.

A grande pergunta que se deve fazer é como com um curso de apenas 28 h se conseguirá capacitar um profissional para operar com a destreza necessária equipamentos com este grau de tecnologia e mais ainda, onde o conhecimento em uma área tão específica como imagenologia e proteção radiológica são indispensáveis para o reconhecimento dos objetos analisados.

Caros em meu site Proteção e Segurança Radiológica disponibilizo uma página sobre Escâner Industriais em que apresento com mais informações esta área da Radiologia Industrial, que considero muito promissora para os Profissionais da Radiologia.

Até o próximo artigo.

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