Indicações para a Urografia Excretora
urografia excretora
O exame é indicado para as seguintes hipóteses diagnósticas: cálculos renais e ureterais, massa abdominal ou pélvica, dor no flanco, hematúria, insuficiência renal, hipertensão, infecções do trato urinário, traumatismo renal, estenose do ureter, dentre outras.
Por se tratar de uma região, onde os órgãos estudados encontram-se posterior ao intestino, é necessário um preparo intestinal mais específico, que deve começar na véspera do exame agendado. O preparo que sugiro é o seguinte: Orientar o paciente a fazer um jantar leve (preferência sopa), na véspera do exame. Manter jejum de 12 horas. Tomar dois comprimidos de laxante antes de dormir e manter jejum absoluto até a hora do exame.
Procedimento da Urografia Excretora
Paciente em DD, realizamos uma radiografia de todo abdome (abdome simples), para visualizarmos técnicas, posicionamento e também para visualizar se o preparo feito pelo paciente foi adequado para a realização do exame. Estando o intestino “limpo”.
Pois, qualquer formação de imagem com gases, podem sobrepor um cálculo ou estenose do ureter. Agora chegamos a um ponto que gera discussões entre os profissionais inclusive na literatura. A faixa de compressão. Antes ou depois da aplicação do meio de contraste?
faixa de compressão
Segue minha opinião de 15 anos realizando este exame, inclusive presenciando reações alérgicas crônicas. Sugiro que primeiro seja aplicado o meio de contraste e logo o término da aplicação, seja efetuada a compressão da faixa. Realizando a compressão antes da aplicação, aumentamos o desconforto do paciente, uma vez que o mesmo já se encontra tenso por vários motivos: preocupação em relação ao exame, ao resultado, ao meio de contraste que ele “ouviu dizer” que vai causar reação dentre vários outros motivos.
Sem contar o fato que, caso ocorra uma reação, a faixa só prejudicaria o atendimento e o socorro do paciente. Então, adotando esta sugestão vamos prosseguir.
Após a realização da radiografia simples, aplicamos o meio de contraste (cerca de 1 a 1,5 ml por quilo do paciente), através de um acesso venoso puncionado com scalp (buderflay) 19 ou 21. No momento em que iniciamos a aplicação, devemos CRONOMETRAR todo o restante do exame.
Logo após o término da aplicação, realiza-se então a compressão da faixa. Quando chegarmos á cinco minutos do início da aplicação, realizamos uma radiografia do abdômen superior (24×30 tranversal), para visualizarmos o contraste já nos cálices renais (em alguns serviços, se realizam uma néfron logo que se termina a aplicação para visualizar a parede renal.
Cada serviço deve seguir o protocolo que lhe foi sugerido, embora eu acho desnecessário esta radiografia e fato de irradiar o paciente sem necessidade, uma vez que esta incidência não possui tanta importância).
Deixamos o cronômetro seguir. Após a radiografia de cinco minutos, realizamos uma outra radiografia de 10 minutos e outra com quinze minutos (todas estas no 24×30 transversal). Teremos então as seguintes imagens:
tempo para radiografias
É extremamente importante respeitarmos estes tempos para radiografarmos. Muitos Médicos Radiologistas não dão importância as radiografias de 5, 10 e 15 minutos sugerindo que o profissional realize apenas uma ou duas. Porém, sempre digo em minhas palestras e para meus alunos, que quem solicitou o exame não foi o radiologista e sim um ESPECIALISTA da área urológica.
E qualquer especialista desta área sabe a importância deste tempo para que seja visualizadas determinadas patologias que podem surgir entre um tempo e outro e rapidamente desaparecer e não ser visualizada se realizarmos apenas uma das incidências.
Também cabe a nós profissionais utilizarmos a faixa de compressão. Alguns radiologistas sugerem que o exame seja feito se a compressão, para agilizar o serviço. ISTO NÃO É CORRETO.
Qualquer urologista sabe a importância da compressão e as patologias que podem ser evidenciadas.
Após a radiografia localizada de 15 minutos, soltamos a faixa de compressão e, aos 20 minutos, realizamos uma radiografia panorâmica de todo o abdômen (abdômen simples).
Nesta radiografia devemos visualizar os ureteres e a bexiga preenchidas com o contraste injetado. Aos 25 ou 30 minutos realizamos uma localizada da bexiga (bexiga cheia (18×24 longitudinal). E após a confirmação que o contraste foi excretado pelas vias urinárias, pedimos ao paciente que vá ao banheiro e urine (esvazie a bexiga). Realizamos então a última radiografia.
A pós-miccional, que pode ser realizada no 18×24 (localizada), ou no 35×43 (abdômen simples), sendo nesta última, visualizado os rins para confirmação da excreção do contraste.
radiografia – bexiga
Resumindo, teremos:
Protocolo Rotina Urografia Excretora
- Radiografia panorâmica no filme 35×43 ou 30×40 longitudinal.
- Aplicação do contraste e compressão da faixa. Radiografia localizada dos rins com 5 minutos após administração de contraste. Filme 24×30 transversal.
- Radiografia localizada dos rins aos 10 minutos após o início da administração de contraste. Filme 24×30 transversal.
- Radiografia localizada dos rins aos 15 minutos após o início da administração de contraste. Filme 24×30 transversal.
- Radiografia panorâmica aos 20/25 minutos após o início da administração de contraste. Filme 35×43 ou 30×40 longitudinal.
- Localizada bexiga cheia 30 minutos. Filme 18×24 longitudinal.
- Pós-miccional (bexiga vazia) 18×24 ou 35×43 longitudinal.
Existem outras informações importantes para a realização deste exame, tais como incidências adicionais que variam de acordo com a necessidade e patologia visualizada.
Tudo isso e muito mais imagens de patologias eu irei abordar no meu próximo artigo – Urografia Excretora – parte II. No mais me coloco a disposição para esclarecer dúvidas.
Até o próximo artigo!