Acidente radioativo de Goiânia – Como Estão as Vítimas Hoje

 

 

 

 

 

O Acidente de Goiânia completou 28 anos há um tempo atrás, marcado como o maior acidente radioativo da história do Brasil, está presente também na lista internacional de maiores acidentes com radiação ionizante, junto com outros, como o Acidente Nuclear de Chernobyl em 1986, na extinta União Soviética.

O Acidente de Goiânia ocorreu entre os dias 13 e 29 de setembro, durante esse tempo uma cápsula contendo cloreto de césio 137, foi retirada de uma clínica de radioterapia abandonada, sendo violada e contaminado todas as pessoas que tiveram contato direto e indireto. Aproximadamente 1000 pessoas foram contaminadas, 4 destas foram vítimas fatais e muitas ainda fazem tratamento por conta do acidente.

Vítimas do Acidente de Goiânia

Leide das Neves, a menina de 9 anos de idade, sobrinha de Devair Ferreira (dono do ferro velho), foi uma das vítimas fatais, sendo o símbolo trágico do acidente, mostrando o grande perigo da falta de conhecimento e da negligência das autoridades.

Além das outras vítimas fatais, muitas pessoas sofreram sofrimentos, perdendo membros e outras partes do corpo. Muitas sofreram depressão profunda. Atualmente, as vítimas do acidente convivem com preconceito e abandono.

Para auxiliar as vítimas do acidente, principalmente psicologicamente, foi criada a Associação das Vítimas do Césio 137. De acordo com a Associação, até o ano de 2012, 104 pessoas morreram vítimas da contaminação, dentro das 1000 vítimas, a maioria com câncer.

Além da queixa de abandono por parte do Estado de Goiás, as vítimas do acidente sofrem muito preconceito. Muitas pessoas não gostam de ficar próximo das vítimas com medo (erradamente) de serem contaminadas.

No ano de 2003 foi apresentado o Documentário “Césio 137, O Brilho da Morte” contando um pouco da história do acidente e mostrando como as vítimas do acidente estavam até aquele ano, onde o preconceito ainda era muito presente na vida das vítimas.

Em matéria publicada pelo G1 da Globo em 2015, as vítimas ainda dizem sofrer preconceito e também omissão do Estado para receberem atendimento médico gratuito.

Durante a matéria, o policial Marques de Souza Rodrigues (na foto abaixo), policial que ajudou no atendimento as vítimas e controle e descontaminação do local, fala sobre a dificuldade de receber atendimento médico. São muitos os profissionais que se tornaram vítimas do acidente durante o atendimento e descontaminação do local.

Muitos profissionais se aproximaram de objetos contaminados e atenderam pessoas contaminadas sem nenhum tipo de proteção, como policias, bombeiros, médicos, enfermeiros e voluntários.

Acidente nuclear em Goiânia

Acidente nuclear em Goiânia

Neste mês, o Ministério Publico de Goiânia sentenciou órgãos a auxiliarem as vítimas do acidente, algo que estava sendo omitido. A matéria também publicada pelo G1 da Globo, diz que desde o ano 2000 o Governo de Goiás e a CNEN não estão cumprindo com o auxílio as vítimas.

Esta uma página triste na história do Brasil, na história da radiologia do Brasil e nunca deve ser esquecida. A falta de conhecimento da população da época em relação a radiação ionizante foi uma das causas para o acidente. Muitas vítimas sofrem até hoje.

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